O alívio de Rafa Benítez

Com as contratações milionárias do Real Madrid e o título europeu do Barcelona, o Campeonato Espanhol tomou o lugar do Inglês como centro das atenções neste começo de temporada. Hoje, Liverpool e Manchester United fizeram um jogo com a emoção de sempre, ainda que já tenham dado sinais de menos qualidade que em outros tempos.

Ao contrário dos jogos espetaculares de outros tempos, vimos uma partida nervosa e de muitos erros - o que não significa que não tenha sido interessante. O Liverpool sentiu a ausência de Gerrard e apostou num meio-campo com três meias (Kuyt, Benayoun e Fábio Aurélio). Já o Manchester United, sem Cristiano Ronaldo e com Berbatov no comando do ataque, perdeu considerável qualidade na frente. Sigo vendo o Chelsea como o principal candidato ao título nacional da temporada.

O fato é que o time de Rafa Benítez precisava demais da vitória, após acumular quatro derrotas seguidas, o que não ocorria desde 1987. E conseguiu, mais na transpiração que na inspiração. Tentou impor pressão ao time de Ferguson, que logo se recompôs e equilibrou a partida. Atacava principalmente pela esquerda defensiva do Manchester, por onde Evra vazava como normalmente não faz. O cenário permanecia igual no segundo tempo até Fernando Torres receber de Benayoun, grande partida, proteger de Ferdinand e fuzilar Van der Sar, num gol de centroavante. Seguiu-se então uma tentativa de pressão dos visitantes até o gol de N'Gog, passe de Lucas, outro que obteve destaque no jogo.

E a palavra tentativa, da última frase do parágrafo anterior, cabe bem ao que foi o jogo. O Liverpool tentou se impor, conseguiu às vezes. O Manchester tentou responder quando sofreu o gol. Quem tentou mais, quem mais se interessou pela vitória, ganhou o jogo. Os visitantes, se tivessem sido mais audazes, talvez estivessem comemorando os 3 pontos e a liderança da Premier League. O Liverpool agora volta à disputa, mas a hipótese de título é improvável, dada a irregularidade do time. Num dia em que precisava da vitória para escapar da chance de demissão, Rafa Benítez foi o grande vencedor. Ainda mais que N'Gog, autor do gol da vitória, entrou no segundo tempo, substituição sua.

Em tempo:
- Antes do jogo, Reina fez questão de retirar todos os balões que rondavam sua grande área.

- Michael Owen, cria do Liverpool, foi muito vaiado.

Campeonato Inglês 2009/10 - 10ª rodada
25/outubro/2009
LIVERPOOL 2 x MANCHESTER UNITED 0
Local: Anfield Road, Liverpool (ING)
Árbitro: Andre Marriner
Público: 44.188
Gols: Torres 19 e N'Gog 50 do 2º
Cartão amarelo: Carragher, Evra e Berbatov
Expulsão: Vidic 43 e Mascherano 49 do 2º
LIVERPOOL: Reina (5,5), Johnson (5), Carragher (5), Agger (7,5) e Insúa (5,5); Mascherano (6), Lucas (7), Benayoun (7) (Skrtel, 46 do 2º - sem nota), Kuyt (6) e Fábio Aurélio (5,5); Torres (6,5) (N'Gog, 35 do 2º - 6). Técnico: Rafa Benítez (7)
MANCHESTER UNITED: Van der Sar (6), O'Shea (5,5), Ferdinand (5), Vidic (5) e Evra (4); Valencia (5,5), Carrick (5), Scholes (5) (Nani, 28 do 2º - 5,5) e Giggs (5); Rooney (5,5) e Berbatov (4) (Owen, 28 do 2º - 5,5). Técnico: Alex Ferguson (4,5)

Foto: Torres comemora seu gol, que abriu caminho para a vitória do Liverpool (Globo Esporte).

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