Muito dinheiro, poucas esperanças

Pelo mérito financeiro, o Internacional está próximo de realizar uma venda como nunca antes um clube brasileiro conseguiu. Não se trata de negar as qualidades de Sandro, que é hoje muito bom jogador e ainda pode evoluir. Mas é só comparar: se o primeiro volante colorado sair por 16 milhões de euros, convém lembrar que Nilmar, atacante da seleção, saiu por 15. Isso sem contar vendas de jogadores do rival na mesma posição: Lucas e Rafael Carioca, ambos jogadores que tiveram trajetória maior e tecnicamente superior à de Sandro no profissional, saíram, respectivamente, por 9 e 5 milhões. Claro, o Grêmio não sabe vender como o Inter. Mas notem que, mesmo somados, não chegam aos 16 que o Tottenham estaria disposto a pagar.

Com o dinheiro de Sandro e Nilmar, o Inter será capaz de trazer muita gente de alto nível por um bom tempo para jogar no Beira-Rio, completar a cobertura do estádio, investir na base, entre outros gastos de melhoria do clube e do time. Nunca se pagou tanto por um volante no Brasil, seguramente. E Sandro, muito embora tenha imenso potencial, não é um fenômeno como este dinheiro faz transparecer. É inquestionável que a venda é boa para os cofres do clube, e talvez seja mesmo obrigatória, afinal parece já ser a vontade do jogador.

Mas como fica o time do Internacional, que luta para ser campeão brasileiro? O setor defensivo já tem sido problemático em vários jogos de junho para cá, com Sandro à frente da defesa muitas vezes. E sem ele? Guiñazu, Glaydson, Magrão e Maycon são as opções hoje. O que significa que jogará Magrão, que andou às turras com Tite e viveu mau momento técnico há semanas. E obrigaria a Guiñazu exercer a primeira função do meio, lugar onde habitualmente seu futebol dinâmico descresce consideravelmente.

Com Sandro e Nilmar o Internacional já dava sinais de vacilo, mas ainda tinha qualidade sobrando para buscar o que perdia. Sem Nilmar, já via o título como algo bem mais longe. Agora, também sem Sandro (que até já viveu melhores momentos este ano, é verdade), ficará algo improvável, que só uma mobilização muito forte será capaz de reverter. Quem sabe Fabiano Eller comandando a zaga seja o início disso.

3 anos!
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