Retrospectiva 2008: São Paulo

O campeonato que começou como com o maior número de favoritos desde a adoção dos pontos corridos terminou com o campeão mais costumeiro. Mesmo atrás de Palmeiras e Internacional na cotação inicial, o São Paulo soube reerguer-se perante o fracasso na Libertadores, a perda de titulares importantes, o mau início de certame e bateu três tabus: é o primeiro tricampeonato da história do clube, o primeiro clube a ser três vezes seguidas campeão brasileiro e também o primeiro a alcançar 6 conquistas na maior competição nacional.

Mais do que nunca, Muricy Ramalho teve grandes méritos nesta conquista. Após a saída de Adriano, na eliminação para o Fluminense na Libertadores, o time passou por reformulações. Carlos Alberto e Fábio Santos saíram, o que melhorou o ambiente do grupo. Mas Richarlyson não lembrava em nada o bom jogador de 2007. A lesão de Borges obrigou o treinador a escalar um ataque rápido, porém pouco finalizador, com os habilidosos Dagoberto e Éder Luís. O São Paulo não convencia, mas pontuava o suficiente para passar perto do G-4.

No returno, a derrota para o Grêmio na 20ª rodada abria 11 pontos de distância e, no discurso externo, o sonho do tri-hexa era impossível. Somente uma campanha extraordinária daria o título. O tricolor experimentou uma queda, seus adversários também eram vacilantes. E o São Paulo jogava mal, suava sangue para vencer o Náutico, mas ia chegando. Os 2 a 1 sobre o Botafogo garantiam a liderança em pontos ao tricolor paulista junto do tricolor gaúcho. Com a vitória sobre o Internacional e o empate gremista contra o Figueirense, o time do Morumbi chegava à liderança. E quando o São Paulo chega à liderança, já vemos isso há dois anos, não larga mais.

O São Paulo não foi o time que jogou melhor futebol, o que mais encantou, o que chamou mais atenção. Mas, mais do que nunca, foi o cúmulo da eficiência. O Grêmio fez, no returno, uma pontuação quase suficiente para sagrar-se campeão, foi o quarto melhor time. Porém, sem muito alarde, o time paulista fez mais que o próprio Grêmio do turno, silenciosamente. Foram 18 jogos invicto, e a mais impressionante recuperação desde o Goiás de 2003.

NÚMEROS DA CAMPANHA
75 pontos; 38 jogos; 21 vitórias; 12 empates; 5 derrotas; 66 gols marcados; 36 gols sofridos; 65,8% de aproveitamento
Em casa: 46 pontos (80,7%) - 2ª melhor campanha
Fora: 29 pontos (50,9%) - melhor campanha da Série A
Destaques: André Dias (Z), Hernanes (V), Borges (A)
Decepção: Carlos Alberto (M)
Média de público: 21.357 (5º)
Posição rodada a rodada:
5ª rodada: 11º; 10ª rodada: 9º; 15ª rodada: 5º; 20ª rodada: 5º; 25ª rodada: 5º; 30ª rodada: 4º; 35ª rodada: 1º; Final:
Melhor atuação: Vitória 1 x São Paulo 3 (12ª rodada)
Pior atuação: São Paulo 1 x Ipatinga 1 (9ª rodada)
Turno: 33 pontos, 4º colocado
Returno: 42 pontos, 1º colocado
Prognóstico Carta na Manga (08/05/2008): candidato à Libertadores
2009: tricampeão, classificado à Copa Libertadores da América

Comentários