Sem moleza na final

O que vi ontem no duelo platino pelas semifinais da Sul-Americana foi o segundo tempo. Ele começou com vitória parcial do Estudiantes em plena Paternal por 1 a 0, gol de Alayés, zagueiro de ótima presença ofensiva na área adversária. A segunda etapa teve uma pressão do Argentinos Juniors, que alcançou o empate logo aos 3 minutos, e teve muitas chances para virar, mais do que o Estudiantes para chegar ao segundo gol.

Foi uma partida daquelas que valem e justificam a Copa Sul-Americana como uma competição que pode proporcionar jogos interessantes. Pena que eles sejam absoluta minoria, estão presentes em sua maioria na Libertadores. É por que o nível técnico da Sula é mais baixo, dirão alguns. Mas não se trata disso. Não foi uma partida primorosa neste sentido: foi um verdadeiro duelo, um jogo peleado, de muita gana (especialmente por parte do Argentinos), catimba em doses altas, pequenas confusões, duas expulsões, às vezes até violência. Uma partida com tempero, com gosto sul-americano. Bons momentos, quem assistiu deve ter tido impressão parecida.

A conseqüência natural de um jornalista esportivo gaúcho que viu o jogo impõe uma correlação que projete aquilo que o Internacional terá pela frente na final. É difícil decidir qual dos dois times é melhor ou pior de enfrentar. O Estudiantes é melhor tecnicamente, mas o Argentinos Juniors mostrou que sabe e não se furta de bater quando necessário. Fora de casa parece osso mais duro de roer neste sentido mais hostil, ainda mais porque sua cancha é bem mais acanhada e influente dentro de campo que o Ciudad de La Plata. Porém, Verón havia se lesionado na etapa inicial, o que tirou muito da qualidade dos platenses e contribuiu para equilibrar o jogo. Num contexto que envolva os dois jogos, o Estudiantes ainda me parece um pouco mais difícil. Pode fazer frente ao Inter no Beira-Rio e, dependendo da postura colorada, encurralá-lo na Argentina. Não haveria um favoritismo tão aberto aos colorados neste caso, talvez ao contrário do que seria se o Argentinos fosse o adversário.

Seja quem for, será duro.

Seleção, Inter e Alex
O Internacional tem todo o direito de pleitear a escalação de Alex no jogo contra o Chivas e a CBF há de entender a necessidade do time gaúcho e ter bom senso. Só restam duas dúvidas. A primeira diz respeito ao meia: estará ele disposto a abrir de uma rara chance na seleção por causa de uma partida em que o colorado tem a classificação praticamente nas mãos? A outra, justamente toca neste ponto: será essa uma boa hora para entrar em atrito com a seleção? O que se diz é que o Inter dificilmente conseguirá manter seu craque de 2008 no ano que vem, pois o assédio será grande. E, se mantiver, será que não seria melhor deixar para gastar este cartucho anticonvocação num momento de real dificuldade e necessidade? É uma questão complexa, e que merece uma discussão.

Mais longe da Série B
Levar 2 a 0 do campeão Atlético-GO é aceitável. O inaceitável é perder todas fora e deixar de pontuar contra adversários diretos no Bento Freitas. Porém, dada a mediocridade geral do octogonal, o Xavante segue a apenas 1 pontinho do G-4. Ainda dá, apesar da força que o time faz para não dar certo. Quatro pontos nos 2 jogos finais devem ser suficientes.

Comentários

Saulo disse…
Vai ser Inter x Entudiantes na final e vai ser interessante.
Anônimo disse…
O que deu pra perceber é que se o Inter falhar tanto na bola áerea defensiva perde fácil para qqr um dos dois argentinos.