Cara de finalista

A atuação do Internacional hoje em Guadalajara vem confirmando minha expectativa desde que o time eliminou a Universidad Católica: trata-se do maior favorito a vencer a Sul-Americana em 2008. Não que o time tenha sido brilhante: houve problemas, alguns até sérios. Mas o time de Tite vem sabendo se comportar fora de casa em uma competição continental. E para obter sucesso nestes jogos não é necessário nenhum tipo de massacre.

O primeiro tempo foi até curioso. Acabei entendo porque o Chivas vence fora e não ganha em casa (o Arsenal de Sarandí ganhou a Sula assim em 2007, por sinal): a equipe dava a posse de bola ao Inter e especulava nos contra-golpes. Os gaúchos começaram melhor, mas cederam terreno aos mexicanos na metade final da etapa inicial. Começava ali o grande problema colorado em Guadalajara: o atacante Arellano subia sempre sem marcação para cabecear. Lauro foi salvo por muito pouco em pelo menos 3 oportunidades, incluindo o segundo tempo. Antes do fim do primeiro tempo, o Chivas viveu seu melhor momento: Guiñazu não conseguia acompanhar os habilidosos meias mexicanos, propiciando este tipo de cruzamento. Mas não foi só dele a culpa: Marcão e Edinho também sofriam. Só Bolívar fazia partida realmente segura ali atrás, além de Lauro.

Efraín Flores, porém, arruinou completamente seu time ao sacar Esparza para colocar Medina. Claro, o substituído não ia bem e o substituto é muito habilidoso, mas o sistema defensivo ficou fragilizado. Em cinco minutos, o Internacional já havia criado duas chances claras. O gol era questão de tempo. Arellano continuava infernizando a defesa, mas seguia perdendo gols frente a frente. A marcação no meio colorado encaixou melhor no segundo tempo, no que o Chivas acabou melhor contido. A melhora coletiva, aliada à falta de precisão mexicana, gerou os dois belos gols dos dois melhores jogadores colorados, cada um na sua característica: Nilmar escapou, driblou e velocidade e arrematou; Alex bateu falta como só quem sabe muito consegue.

O Internacional praticamente garante a vaga na final da Sul-Americana com este 2 a 0, e consolida seu favoritismo, ainda que terá pedreira em uma provável final. Hoje, soube derrotar com inteligência um adversário até habilidoso e de bom toque de bola, mas nitidamente inferior enquanto equipe, tanto técnica quanto fisicamente. A final inédita está bem perto do Beira-Rio. Restará, ainda, livrar-se da maldição dos brasileiros que eliminam o Chivas em semifinais: tanto Atlético-PR (2005) quanto São Paulo (2006) saíram vice-campeões depois de eliminarem os mexicanos em Libertadores. Será o último tabu que Tite e sua turma terão de quebrar, além deste que já está quase despedaçado: o de nenhum brasileiro tem decidido a Sul-Americana ainda.

Copa Sul-Americana 2008 - Semifinais - Jogo de ida
12/novembro/2008
CHIVAS 0 x INTERNACIONAL 2
Local: Jalisco, Guadalajara (MEX)
Árbitro: Carlos Torres (PAR)
Público: não divulgado
Gols: Nilmar 24 e Alex 33 do 2º
Cartão amarelo: Mejía, Esparza, Reynoso, Araújo, Índio e Guiñazu
CHIVAS: Hernández (5,5), Mejía (5), Esparza (5) (Medina, intervalo - 5,5), Reynoso (4,5) (Ávila, 29 do 2º - 5) e Ocampo (5); Báez (5,5), Araújo (5), Solís (5,5) (Fabián, 11 do 2º - 5) e Morales (6); Arellano (5,5) e Santana (4,5). Técnico: Efraín Flores (4)
INTERNACIONAL: Lauro (6), Bolívar (6), Índio (5,5), Álvaro (5) e Marcão (5); Edinho (5,5), Guiñazu (5,5), Magrão (6), Andrezinho (5,5) (Rosinei, 39 do 2º - sem nota) e Alex (7,5) (Sandro, 46 do 2º - sem nota); Nilmar (7,5) (Taison, 37 do 2º - sem nota). Técnico: Tite (7,5)

Foto: EFE

Comentários

Anônimo disse…
Lucho Figueroa e Arellano, dois centroavantes que se cabeceassem com a testa, e não com o côco, complicariam o Inter na Sula. Do meio pra frente, o Inter tabela demais. Com melhor planejamento esse time seria tão bom quanto o da Liber 2006.
Anônimo disse…
manchete dOS ESPORTES zh hj simplesmente superou QUALQUER OUTRA já feita na história do UNIVERSO...
Anônimo disse…
"Não contavam com a minha astúcia!"

Genial!
Vicente Fonseca disse…
ZH querendo me fazer TORCER PARA O INTER. Nem Chespirito e Ramón Valdez conseguirão isso. Aliás, já ouvi falar que Madruga seria torcedor do Chivas. Se procede a informação, se retorceu no túmulo com os cocazos de Arellano.
Anônimo disse…
Tinha uma flamula do Necaxa na casa dele.
Vicente Fonseca disse…
Bom, se meu maior herói infanto-juvenil-adulto torce para o Necaxa, isso só o torna ainda mais estiloso e MÍTICO. Lá do céu, deve abençoar Kléber Pereira.
Felipe disse…
Vicente, não é a ZH! Todo mundo sabe que o Chapolin é Colorado!
Vicente Fonseca disse…
Heheheh.

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=27453545

Ao menos isso.