Iarley cala o Mineirão

Vi boa parte do jogo entre Cruzeiro (4º, 24) e Goiás (12º, 17) ontem, no Mineirão (18 mil). Trata-se de um momento de queda do time mineiro, que ontem teve mais uma má atuação. Não é um time fraco, pelo contrário, mas o ambiente é de crise, apesar da posição confortável na tabela. Adílson Batista é muito contestado, o estádio vaiou o time o jogo inteiro, raramente deu apoio. E a derrota veio porque os goianos, mesmo lá embaixo, foram melhores.

O Goiás, inclusive, dominava a partida no primeiro tempo. Guilherme ainda acertou um chute na trave, mas quem tinha o controle da partida era a equipe de Hélio dos Anjos. Iarley abriu o placar em falta batida com grande categoria. Vem fazendo muito bom campeonato com a camisa alviverde. Aí o lateral Júlio César foi com a mão na bola, e o árbitro Péricles Cortez, o mesmo de Inter x Goiás, expulsou, desta vez corretamente. Foi o que bastou para o já rouco treinador goiano esbravejar loucamente no intervalo.

No segundo tempo, os azuis vieram para cima, mas sem nenhuma criatividade. O Goiás quase ampliou nos contra-ataques, mas faltou competência. Mas com ótima participação dos zagueiros e do goleiro Harley, veio uma grande vitória sustentada em pleno Mineirão, que de uma vez só tira o Goiás da zona de risco e o coloca próximo da Sul-Americana. E a batata de Adílson segue assando, como falam os cariocas.

São Paulo: com um Canindé dividido (11 mil), a Portuguesa (15º, 16) foi mais competente que o Flamengo (1º, 27) nos pênaltis e saiu com um empate de 2 a 2, que, mesmo em casa, deve ter sido satisfatório. Tudo porque saiu perdendo duas vezes, buscou ambas em cobranças batidas por Diogo. No finzinho, Ibson teve a chance de decretar a vitória carioca em cobrança na marca da cal, mas Sérgio, ele mesmo, ex-Palmeiras, salvou a pátria. Fla não vence há 3 jogos, e pode perder a liderança hoje, 9 rodadas depois.

Salvador: segue o Vitória (2º, 26) fazendo água. Bateu o decadente Náutico (11º, 18) por 2 a 0 e voltou à vice-liderança provisória. Mancini parece ter recuperado bem o time que perdeu para Fluminense e São Paulo, conquistando duas vitórias importantes. O Timbu, aos poucos, se aproxima do lugar o qual tanto teme. 25 mil, bom público, no Barradão.

Curitiba: o Coritiba (8º, 20) sofreu, mas venceu por 1 a 0 o Ipatinga (20º, 10), e segue ocupando uma posição honrosa na tabela, graças ao bom desempenho no Couto Pereira (está invicto, com 5 vitórias e 2 empates), que ontem recebeu 13 mil pagantes. Carlinhos Paraíba, bom nome da campanha, fez o belo golo que tirou o Coxa do sufoco.

Rio de Janeiro: cai o Gallo e/ou o Galo? Pergunta infame, porém nada redundante. Mas a derrota de 4 a 0 do Atlético-MG (17º, 15) é alarmante. Como o Flu fatalmente sairá da zona de rebaixamento, o time de Minas é um candidato natural a permanecer nela por um tempo. O Botafogo (10º, 18), em nomes, não é tão desprezível assim. É só ver quem marcou os golos: Carlos Alberto, Lúcio Flávio, Triguinho e Gil. Está numa posição que condiz com sua capacidade. Público de pouco menos de 10 mil no Engenhão.

Rio de Janeiro II: grande clássico entre Vasco (13º, 16) e Fluminense (18º, 13). Os cruz-maltinos chegaram a estar vencendo por 2 a 0 e 3 a 1, mas o tricolor buscou o empate. Ou foi jogaço ou beirou a pelada, que pode ser um jogaço quando enlouquecido. Maracanã vazio, com apenas 19 mil pessoas.

Foto: Pedro Silveira/O Tempo