30 anos depois

Três décadas após a Batalha de Rosário, naquele 0 a 0 da fase semifinal da Copa de 1978, Brasil e Argentina voltam a se encontrar, desta vez pela fase de Eliminatórias. A data redonda é talvez a única coincidência entre aquele jogo e este, desde o clima da partida, o local, a situação de tabela e até os regimes políticos dos dois países.


Para hoje, Dunga (tão "amado" quanto Cláudio Coutinho à época) escala um time melhor que o do último jogo contra o Paraguai, notadamente na meia-cancha. Uma formação ainda longe da ideal, típica de time em formação, mas bem mais equilibrada. Gilberto Silva, Mineiro, Júlio Baptista e Anderson são jogadores que se complementam, numa mescla que teoricamente tem boa combatividade e boa chegada à frente. Podemos contestar os nomes, isso sim. Gilberto Silva não é mais o mesmo de 2002; Mineiro é um jogador modesto para ser titular; Anderson, ainda inexperiente, ganha uma chance até merecida, pelo baixo rendimento Diego; Júlio Baptista sim, é um jogador interessante, não brilhante, mas de bom porte físico, combate e chegada qualificada.


Para enfrentar uma Argentina que terá Gago, Mascherano, Maxi Rodríguez e Riquelme, talvez o melhor meio-campo do mundo, também bastante equilibrado, já é um começo. Foi o que Dunga fez na final da Copa América. Dois volantes, mais Elano e Baptista, por força do terceiro cartão de Gilberto Silva. Mas deu certo, e ele tentará repeti-la. 


O resto do time é aquele que tem jogado. Uma defesa com Júlio César, Maicon, Juan, Lúcio e Gilberto, na qual podemos discutir os laterais, mas que não mudaria nada de forma substancial. E um ataque com Robinho e Luís Fabiano, ainda que Pato e Adriano sejam mais qualificados. Robinho pouco tem feito para justificar seu lugar cativo na equipe, mas Luís Fabiano foi o que melhor respondeu às exigências de um centroavante até agora.
Tirá-lo seria um descritério, pelo menos agora.


A Argentina também tem seus problemas, ainda que em lugares diferentes. A defesa, com Coloccini e Burdisso, é um ponto fraco em seu miolo, ainda Zanetti e Heinze compensem, com o auxílio dos excelentes volantes. O meio e o ataque são seus pontos fortes, ainda que Messi e Agüero façam uma dupla sem centroavantes.


Euro
Rússia e Suécia decidem a vaga final às quartas da Euro, para pegar a Holanda. Os russos me agradaram bastante pelo toque de bola veloz no jogo com a Espanha. Não vi contra a Grécia, mas na primeira partida a defesa vazou bastante. A Suécia, talvez sem Ibrahimovic, é mais consistente, mas perderá muito sem seu maior jogador.


Em tempo:
- Chega Ramon, meia que surgiu como grande promessa no Atlético-MG. Primeiro reforço da Era Tite no Internacional.


- Excelente entrevista de Kaká no Bem, Amigos. Jogador bastante articulado, como já se sabia, e de grande consciência profissional. Dará um grande comentarista no futuro, se assim desejar.

Comentários

Anônimo disse…
Kaká é um dos poucos jogadores brasileiros que conhece o dom que tem de jogar futebol. Muito poucos sabem isso. Fernandão é um deles. A maioria joga e se acha o melhor do mundo. Mas não dá para exigir muito, o melhor jogador da história não tinha a menor idéia do que fazia dentro de campo...

Acho que a Argentina leva uma sacola. Não pelo time, mas pelo retrospecto contra o Brasil. Levar 3 a 0 de uma seleção brasileira sem os principais craques numa final faz com que o confronto de hoje nem seja levado a sério. A coisa só piora se os argentinos marcarem um gol cedo e/ou se a torcida prejudicar...
Anônimo disse…
http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2008/06/18/ult59u161217.jhtm
Apesar de ser meio budum e não ter feito uma boa temporada, bem como de o Grêmio estar bem servido na posição, acharia interessante a vinda desse jogador.
Anônimo disse…
E só para não perder o momento. Vi que falaram mal do Rudinei, o Patrick Vieira da Azenha. Não tolerarei mais tal comportamento.