Os duelos eliminatórios entre Grêmio e Juventude

Em meio à mesma polêmica de sempre, de que o Juventude é "filial" do Grêmio, o Carta na Manga vasculhou seus arquivos para tirar esta história a limpo. E, muito embora não acredite em facilitação dos alviverdes para o lado gremista, os colorados podem, sim, dar uma reinadinha. Mesmo com 75 anos de Gauchão entre 1919 e 1994, Grêmio e Juventude só se encontraram em um mata-mata de verdade pela primeira vez em 1995. De lá para cá, foram 5 decisões, com 5 triunfos tricolores. 


Gauchão 1995: nas semifinais daquele ano ocorreu o primeiro duelo. Mesmo com o chamado "banguzinho", o Grêmio eliminou os caxienses. Levou 2 a 1 no Alfredo Jaconi, mas fez 2 a 0 no Olímpico. Como o regulamento era esdrúxulo, foi jogada ainda uma prorrogação, com vantagem do empate para o tricolor, por ter feito mais golos (3 a 2) no confronto direto. Mas mais dois tentos saíram, fechando uma goleada de 4 a 0. O Inter, mesmo tendo patrolado o São Luiz na outra semifinal com goleadas de 5 a 1 e 4 a 0, perdeu o título daquele ano para os reservas gremistas, já que os titulares estavam concentrados nas partidas finais da Taça Libertadores da América, na campanha que culminou com o bicampeonato continental.


Gauchão 1996: encontro que decidiu o título daquele ano. O Juventude já era um clube em plena ascensão - disputaria seu segundo Brasileirão seguido, e havia eliminado o Internacional da final do Estadual vencendo o quadrangular classificatório, algo que beirou o ineditismo. Mas, do outro lado, o Grêmio era muito superior. Campeão de quase tudo à época, a esquadra de Felipão passeou: os 3 a 0 em Caxias do Sul (dois de Jardel e um de Goiano) davam uma imensa vantagem para o segundo jogo. Mesmo que os serranos tivessem ensaiado uma pressão no início, levaram mais 4 a 0 (um de Aílton e três de Jardel), na despedida do lendário centroavante gremista, que fez golo até de boca nesse jogo.


Gauchão 2001: mais uma decisão de título. No auge do Titismo, o Grêmio, mesmo dando prioridade à campanha que o acabou por dar o tetracampeonato da Copa do Brasil, venceu com sobras o bom time caxiense. Em uma melhor-de-três, fez 3 a 2 no Jaconi, num grande jogo, com dois de Marcelinho Paraíba e um de Zinho. No domingo seguinte, matou a decisão já na segunda partida: 3 a 1, com Anderson Polga e Marcelinho Paraíba fazendo 2 a 0 em 8 minutos, e Eduardo Costa marcando o terceiro, no segundo tempo.


Brasileiro 2002: duelo mais equilibrado até hoje, válido pelas quartas-de-final. O Juventude de Ricardo Gomes surpreendeu o país chegando em quarto lugar na fase classificatória do Brasileirão. Com isso, levou a vantagem de poder empatar no total de golos dos dois jogos contra o Grêmio (5º colocado), e ainda trouxe a partida decisiva para o Jaconi. No Olímpico, numa excepcional atuação do goleiro Diego, o Ju segurou o 0 a 0 que obrigava o tricolor a vencer em Caxias. Com o Alfredo Jaconi superlotado, o Grêmio venceu por 1 a 0, golo do atacante César (por onde anda?), e se classificou às semifinais, onde cairia diante do Santos da dupla Diego-Robinho.


Gauchão 2007: terceira decisão de campeonato entre os dois clubes, com mais um título tricolor. O Grêmio priorizava a Libertadores (onde seria vice-campeão) e o duelo das oitavas-de-final com o São Paulo, mas não descuidou do Gauchão, após eliminar historicamente o Caxias. No Jaconi, o empate de 3 a 3 dava ao time da Azenha a vantagem de praticamente só perder o título em caso de uma improvável derrota. Com um time bem inferior (seria rebaixado meses depois), o Juventude não resistiu à força da equipe de Mano Menezes e levou 4 a 1, numa atuação histórica de Tcheco, que marcou dois e jogou demais. Diego Souza e Lúcio fizeram os outros.

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