Taça no armário, dinheiro no bolso e reconhecimento

Se Roberto Mancini conhecia pouco do Internacional, passou a conhecer um pouquito mais. Com uma atuação ainda mais consistente que na estréia de sábado, o colorado gaúcho venceu mais uma em Dubai e saiu com o título da Copa homônima.

A Internazionale veio com sete titulares, um time base forte com alguns testes. O golaço de Fernandão logo a 1 minuto fez os italianos sentirem. Os primeiros 25 minutos de jogo foram dominados pelo time da Padre Cacique, que apresentava segurança defensiva (à exceção do afobado Marcão) e rapidez na frente, com Nilmar.

O primeiro chute da Inter de Milão só veio aos 30 minutos. Dali em diante, o bicampeão italiano se assentou em cancha, com Ibrahimovic e, especialmente, Jimenez comandando a reação. O golo de empate foi jogada dos dois: cruzamento do sueco, saída errada de Renan, conclusão no chão do chileno.

A etapa complementar começou equilibrada, e o jogo ficou até modorrento por vezes. Aos 20 minutos, Nilmar fez o golo do título, de monociclo. Um belíssimo tento de título. A Internazionale não esboçou uma reação. Crespo estava sumido, e Mancini preferiu mesmo assim manter Julio Cruz no banco. Com os 2 a 1 sofridos, o treinador italiano preferiu testar nomes como Pelé e Balotelli a buscar o empate.

O Internacional mereceu a conquista, por ter sido o melhor e, mais que isso, o mais interessado time do torneio. Alguns atletas começam o ano destacados. Guiñazu esteve em todas as partes do campo hoje; Fernandão participou pouco, mas fez um golaço; Nilmar, movediço, encarou Materazzi de frente; Renan foi seguro; Sidnei e Orozco foram firmes.

Um belo começo de ano vermelho, com uma taça que, se vale pouco, dá ainda mais reconhecimento internacional ao colorado e enche os cofres. Agora, é esperar o Gauchão.

Copa Dubai 2008 - Final
7/janeiro/2008
INTERNAZIONALE 1 x INTERNACIONAL 2
Local: Dubai Sports City Stadium, Dubai (EAU)
Árbitro: Mohamed Omar (EAU)
Público: não divulgado
Golos: Fernandão 1 e Jimenez 39 do 1º; Nilmar 20 do 2º
Cartão amarelo: Marcão, Maycon, Guiñazu, Materazzi e Ibrahimovic
INTERNAZIONALE: Júlio César (5), Maicon (5), Ivan Córdoba (5), Materazzi (5,5) e Fatic (5) (Burdisso, 25 do 2º - 5); Bolzoni (5) (Pelé, 17 do 2º - 4,5), Zanetti (6,5), César (4,5) e Jimenez (6); Ibrahimovic (6) (Balotelli, 28 do 2º - 4) e Crespo (3). Treinador: Roberto Mancini (4,5)
INTERNACIONAL: Renan (6), Sidnei (5,5), Orozco (5,5) e Marcão (5); Wellington Monteiro (5) (Jonas, intervalo - 6), Maycon (5,5), Magrão (5,5) (Danny Moraes, 37 do 2º - sem nota), Alex (5) (Ramon, 25 do 2º - 5) e Guiñazu (7,5); Fernandão (6,5) e Nilmar (7,5) (Iarley, 44 do 2º - sem nota). Treinador: Abel Braga (7)

Foto: AFP

Comentários

Anônimo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Felipe disse…
Dois golaços, especialmente o de Nilmaravilha! Os Guiñazus foram sensacionais, todos os três! E o Inter derrota mais um dos gigantes da Europa com muita autoridade. Se com uma semana de treino estão assim, imaginem no final da pré-temporada! E o Capitão Planeta segue erguendo taças por esse mundo afora! É bom esse Colorado!
Lique disse…
apesar da derrota, foi divertido ver o materazzi mais uma vez. atravessou o nilmar e jurou que foi na bola. pior que foi. e a gana que tava o alex nesses dois jogos, apesar de não ter jogado bem, era de jogador que quer por que quer ir jogar na europa. mas o futebolzinho é de brasileirão, mesmo.

e mais: esses dois, balotelli e pelé, jogaram NADA nos dois jogos. duas uvas gigantes.
Anônimo disse…
O Alex até tem FERRAMENTA, mas acha que joga muito mais do que realmente sabe. A cada atuação, me convenço de que o Inter NÃO pode depender na articulação. Há alternativas dentro do grupo colorado, como o próprio Fernandão, que podem suprir esta carência.

Quanto aos jogadores da Internazionale, desconhecia o Balotelli. Esse Pelé parece ser uma aposta da nova geração de Portugal, mas, nos jogos que vi dele (contra Milan, Ajax e Inter), não me chamou a atenção.
Estou escrevendo, às dez pras duas da manhã, embriagado, para dizer que a nova foto do professor é digna de um respeitado e renomado douto no nobre esporte bretão.

No mais, não tenho o que dizer. O Inter mereceu, correu mais, se interessou mais, deixou a Inter perdida, marcou dois golaços e faturou o terno do Jackie Chan.

Mas quero lembrar que Materazzi foi o açougueiro da partida. Operou Fernandão, Jonas, Nilmar e quem mais aparecesse na sua frente. Vou te contar, viu...

Abraço, nobre amigo.
ALiás, agora que notei.

Esse juiz não é o cara líder do talibã, que tá sendo procurado junto com o bin Laden?
Anônimo disse…
Do mesmo modo que acho exagerada a festa delirante que vi em alguns pontos de Porto Alegre, acho que não se pode diminuir os méritos das atuações do Internacional. Mesmo com time misto, a Inter de Milão deve ser melhor do que pelo menos 70% dos times do Brasil - e o I. Porto Alegre (flauta inevitável depois da transmissão da TV árabe) venceu com autoridade mesmo com menos de uma semana de temporada, jogando melhor quase todo o tempo, com força defensiva e atacantes rápidos e insinuantes. Guinazu foi monstruoso, jogou demais, esse eu gostaria de ver vestindo as cores do Imortal Tricolor. Nilmar é craque, está recuperando a melhor forma e vai ser um terror daqui por diante. O Inter está bem, muito bem, e para mim é favorito para o Gauchão e Copa do Brasil. Como gremista, isso não me alegra, mas como apreciador de futebol é impossível negar os fatos.
Anônimo disse…
Natusch,

Me diga dois times que entraram na Copa do Brasil como favoritos e saíram como campeões.

Eu só lembro de um, o Cruzeiro de 2003.

Quero dizer que ser favorito na Copa do Brasil e NADA é a mesma coisa. No Gauchão, sim, mas se o Inter faturar apenas o Gauchão, com a expectativa que está sendo criada sobre esse time, será um ano fracassado.
Anônimo disse…
Concordo plenamente, Luis Felipe. Na verdade, todo o conceito "favoritismo" é meio furado - afinal, se o favorito não confirmar dentro de campo ser favorito não ajuda em nada. Mas, por outro lado, o Inter larga sim na frente da maioria dos demais - está com time montado, tem algumas individualidades de alto nível e um plantel capaz de segurar bem as mudanças que sempre ocorrem no decorrer de um ano. Isso pode não resultar em nada, claro, mas o Inter está bem, e não dá para negar. No Gauchão, então, chega a ser sacanagem - o Inter tem um time montado e que acabou de se afirmar em uma competição internacional (amistosa ou não, tanto faz nesse caso), enquanto o Grêmio está reconstruindo o plantel com um grande número de apostas e/ou jogadores pouco conhecidos. O Grêmio, com sorte, monta um bom time lá por março ou abril; o Inter já tem bom time em janeiro. Larga muito na frente, sem dúvida.
Anônimo disse…
Não vejo o Inter como "O" favorito para a Copa do Brasil. Talvez seja o time mais forte, na teoria, a entrar nesta competição. Mesmo assim, até pelo seu regulamento, é difícil o favorito levar o caneco. Em suma, o Inter é um dos candidatos ao título, mas, como disse o Luís Felipe, isso nem sempre se confirma.